segunda-feira, 11 de junho de 2007

Vita Brevis

Um dos grandes pensadores do cristianismo, em verdade considerado por muitos o maior de todos eles, foi Agostinho Bispo de Hipona ou Santo Agostinho. Agostinho viveu entre os anos de 354 e 430 da era cristã e boa parte desses anos passou sob o julgo do "inimigo", entregue às frivolidades ardentes da carne. Sua mãe foi Mônica, posteriormente também canonizada. O bispo de Hipona conseguiu mostrar ao mundo um novo cristianismo impregnado de filosofia, adaptado ao neo-platonismo.
Um filósofo atual, famoso por seus livros elucidativos que promovem a filosofia de uma forma acessível a todos (o que é muito louvável) teve a felicidade de encontrar - segundo está escrito em uma de suas obras - um manuscrito na Argentina no final do século passado, relacionado ao filósofo bispo de Hipona. Tratava-se do Codex Floriae, uma carta de uma senhora chamada Flória Emília que tinha como destinatário o senhor Aurelios Agostinho, com o qual a autora coabitou por doze anos e teve um filho. Jostein Gaarder publicou o livro Vita Brevis no qual mostra a dor, o lamento e a angústia de Flória ao se ver separada do homem amado, separação essa causada pelas diferenças sociais (Flória era de uma casta inferior), como também pela conversão de Agostinho ao cristianismo.
Na carta ela comenta de forma breve a obra Confissões e traz uma nova versão da vida do santo. O livro, apesar de ter sido editado há mais de dez anos ainda é tido como mentira para muitos e verdade para alguns. Todavia é uma ótima leitura, sofre-se muito com Flória e o texto tem partes chocantes da visão desesperada e poética de uma mulher apaixonante. Se Flória escreveu ou não a carta não é o mais importante, a verdade é que o amor percorreu o tempo em diversas eras para chegar até aqui com uma força enorme e avassaldora.

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