sexta-feira, 17 de abril de 2009

Retrato de um "Democracia"

Uma eleição acirradíssima, voto a voto, no interior do Estado, a mobilização contra a oligarquia Sarney galgou até que conseguiu: Jackson no poder. Democrático? Pela ótica da democracia atual, onde se é obrigado a votar, sim. Mas existem outros caminhos; veredas essas que só uma velha raposa felpuda (e de bigode) sabe trilhar. Olha só que interessante: o sufrágio, direito/dever de todo cidadão brasileiro é a forma de escolha de um candidato, ponto um. Um tribunal que, no caso , é composto por sete senhores de reconhecido saber jurídico além de conduta e moral ilibadíssimas, decide quem, nesse processo democrático - supostamente - deve ser o eleito ou legítimo a assumir o cargo depois de uma ou duas falcatruas para ambos os lados, ponto dois. Esse tribunal é composto por membros de outros dois tribunais mais advogados que talvez nunca - nunca - estiveram em Imperatriz do Maranhão, ponto três; ponto final, não é você quem decide, jamais o voto será uma escolha ou mesmo um direito respeitado.
Essa é a parte lúdica da democracia, ela no fundo no fundo é uma fraude. Não pelo Jackson ou pelo recém colega cassado na Paraíba, não escrevo por eles. Escrevo simplesmente pela forma idiota como o povo é tratado e como nos é dada uma mentira em lugar de uma verdade que dizem ser incontestável para a manutenção da ordem e da segurança jurídica - instituto esse que só se prima até que uma desgraça venha lhe bater a porta e você venha a precisar passar por um cortejo judicial.
A cassação de Jackson vai servir para macular mais uma vez a história do Estado da pistolagem, da oligarquia, da emasculação, da pobreza, da ignorância, do trabalho escravo, do trabalho infantil, da prostituição infantil e do subdesenvolvimento como causa ou consequência?

Se Jackson não sair do Palácio? Deixem-no. Tranquem as portas pelo lado de fora, deixem que o poder o devore bem devagar, tecido por tecido até as cartilagens. Fechemos o resto do Estado e que fique Roseana a vagar pelos babaçuais espreita atrás das pindobas tentando sobreviver aos vícios e à deterioração do plástico que a recheia. Que fiquem assim entre o mar, o parnaíba e o tocantins os dois, um guardado pelos leões a outra pela sombra da doença. Nós continuemos indo para o nada, mas guiados por nós mesmos.

0 comentários: