terça-feira, 6 de julho de 2010

Vinte e cinco anos de solidão com putas

No livro Memórias de Minhas Putas Tristes, Gabriel Garcia Marquez, começa a narrativa com a locução: "Do alto dos meus noventa anos" - ou algo parecido, já que uma das minhas - chicas tristes - levou o livro e estou sem a referência, enfim, é isso ou algo que o valha - para narrar um amor que seria esdrúxulo se não fosse amor, esse "ser" sem precendentes ou sem compreensão. 

Quem teve acesso a obra de Marquez o viu em desespero em Cem Anos de Solidão. Uma vida onde amores vem e vão, uma onda de romance, tragédia, morte, euforia, religião, sobrenaturalismo, política, vaidade e muitas outras desgraças humanas dentro de Macondo. 

Marquez, não é meu sobrenome mas, passa perto. Passei por uma chuva macondiana de cinco anos - onde parei no tempo esperando a chuva passar, deixando para resolver tudo quando o céu estivesse limpo e as vidas um pouco menos aquosas. Não matei nem morri; felizmente. Mas a beleza um dia foi estender um lençol no quintal e voou da minha casa para sempre. Recluso que era, o mal desatou a corda que no arrojo me sufocava. 
 
Meu parente famoso adora a solidão, viveu uma de cem anos. Vivi uma de vinte e cinco. Um quarto do tempo onde ocorreram revoluções, liberdades e reclusões de puro sentimento. Hoje a vida desemboca em mim mais uma vez. Meus filhos que estão pelo mundo - o mundo da minha consciência - voltarão para mim, mas não depois da minha partida. 

Do alto dos meus vinte e cinco anos, as minhas memórias - não as memórias de minhas putas - talvez sejam felizes. Mas, o que me garante que a tragédia de macondo não vai acontecer na minha vida? Uma coisa somente: meu sobrenome é Marques e não Buendía.

2 comentários:

Anônimo disse...

Sinceramente ainda não tive o prazer de apreciar a leitura deste livro tão declamado a mim no leito de uma dialogo a dois, o que me deixa mais ainda com vontade de saborear suas páginas. Aparentemente o que posso comentar é que deixar de ler suas linhas pode até não se perder nada, mais, porém pode até se perder a oportunidade de mudar de visão ou de vida, afinal nada passa pelos nossos olhos sem nos afetar de alguma forma. Com pequenos comentários a mim dedicados por marques que não é o autor, tive uma ótima visão de como poderia ser o enredo e poder supor que após terminar de penetrar neste mundo da família Buendía, estaríamos aptos a enxergar as pessoas de uma forma diferente ou até mesmo fazer uma síntese da sua própria vida e ver como ela pode ser macondiana.

Anônimo disse...

Li e, pra falar a verdade, achei fraco. O título é forte, mas a estorinha do romance do safenado com a putinha...

mas o "omi" tem bagagem, e depois o que é uma brochada depois dos noventão ?