terça-feira, 31 de março de 2009

Imperatriz - Ma

Sou filho de Imperatriz, nasci e me criei nessa cidade. Em 2004/2005 morei em São Luís, período ilusório. Sonhava em voltar para a minha cidade, retomar meu curso na UEMA e contribuir de alguma forma para melhorar o panorama caótico que ficou por cima dos meus ombros quando fui para a capital. Na época, meu pai odiava São Luís, odiava pelo simples fato de o jornalismo - sobretudo o televisivo - sempre citar São Luís como "A capital" ou os possessivos "Da Capital", "Pertencente a Capital do Maranhão", sempre estarem no final das notícias.
Voltei para Imperatriz e Ildon era prefeito, fazer o quê cara pálida, fazer o quê? Eu queria a esquerda; não o Jomar, não com aquele secretariado; mas uma outra alternativa que não me ocorria. Pois bem, desse ponto em diante comecei a me culpar por algumas coisas: onde estava meu sentimento de mudança que nutri a fundo quando morei fora? Tinha eu caído no mar do egoísmo que eu tanto criticara antes? Não tenho certeza, sei que apenas que até hoje estou assim, desiludido.
Ildon foi, Madeira assumiu e mais escândalos, mais cafajestada na mídia, mais pobreza e esgoto a céu aberto. Deixei a UEMA, não aguentei as greves e o descaso da administração estadual para com o CESI.
Passo as férias em São Luís, levei meu pai comigo uma vez, hoje ele não fala mal de lá, quer ir embora. Não que São Luís seja melhor do que aqui, não. O que ocorre é que povo precisa do novo, mudança para sair da própria ignorância. Aos poucos se vai mudando, no caso de Imperatriz muda-se sempre para pior. Os bares fecham as 23h como se o problema da violência estivesse relacionado à bebida ou ao sono da população, nada disso. Se toda a população se corrigisse e passasse a adotar uma postura mais humana e civilista você acha que a corrupção dentro da polícia acabaria?
Imperatriz ainda olha para dentro de si, olha para o minúsculo ser que pensa menor ainda. Gente que tem seu maior anseio em sobreviver a mais um dia no meio da lama. Todo dia eu imagino uma fila com todos os últimos administradores dessa cidade, um tapa na cara de cada um, e volte para o final da fila, outro tapa e final da fila novamente, por massacrar o que há de mais sagrado, o ser humano.