Lembrei de um tempo que eu era sombra
E das eras que passei
E dos sussuros pelos muros
Quando te perseguia até no sono
Quando eu queria ser seu dono
Espectro como eu, não sou dono nem meu
Quando se vive por alguém
Não se morre por si
Só por ela e, ainda, uma vez é pouco
Quando eu morria todo dia
Quando a escuridão me caía
Aí é que vivia, a esperar morto,
Como sombra do que fui, sua sombra
Pelos muros, parques
Copas das árvores, sinais
Postes, hostes celestiais
Entenda, coisa assim não vê a sombra da morte
Lembrei, na morte de hoje
Que dois são dois
Um só não vive
Sem a sombra, que é o outro, que sou eu.
João da Luz
(Fevereiro, 2007)
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